SERÃO AS EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO ONG´S?

Uma reflexão de Isabel Martins, Diretora-Geral da Essência, Comunicação Completa.

Dizem que não há almoços grátis, mas muitos pensam que a Comunicação é grátis. Serão as empresas de comunicação percecionadas como ONG´s e os colaboradores encarados como voluntários que não têm de ser remunerados pelo seu trabalho? Será que os assessores de comunicação não terão contas para pagar, famílias para sustentar e direito a Viver?
Sempre que um grupo de empresários da área da comunicação se junta, há um conjunto de “lamentações” que são comuns – independentemente do sector onde se trabalha. Um dos maiores denominadores comuns é a falta de respeito e a desvalorização pelo trabalho do comunicador – seja por autarcas, CEO´s de grandes grupos empresariais ou até mesmo colegas de profissão que contratam agências.
Aqueles que recorrem às empresas de comunicação a qualquer hora do dia ou da semana, aqueles que à mínima crise exigem as soluções para as resolver na hora, são os que mais discutem os orçamentos que se lhes são apresentados pelas empresas de comunicação – como se não fosse legítimo a valorização do trabalho a prestar.
Quem nunca ouviu a célebre expressão: “mas isso faz-se num minuto”? A esses informa-se que mesmo que só demore um minuto, resulta de um conhecimento e saber que foram adquiridos a muito custo financeiro também. E na maior parte das vezes, claro que não demora um minuto – o que revela uma enorme ignorância de quem solicita o trabalho. O que até poderia constituir mais um motivo para confiar e para o valorizar mais.
Lamentavelmente, muitos dos que exigem trabalho mal pago e resultados extraordinários, são líderes que usufruem de um enorme salário sem nunca mostrarem resultados, nem competência para o cargo.
É frustrante ter de argumentar o quanto o trabalho do assessor de comunicação é exigente e por isso a valorização financeira está mais do que justa quando o interlocutor nem do seu trabalho sabe quanto mais valorizar o dos outros!
Colegas, quem nunca?