Sim. Somos culpados. Numa semana em que uma onda de calor invadiu a Europa é urgente refletir em que medida cada um de nós tem culpa neste flagelo. Parece um problema distante, nem sempre valorizado na sua magnitude. Mas vale a pena refletir… Na vaga de calor de 2003 morreram mais de 15 mil pessoas, fruto de um desgoverno ambiental que não foi possível controlar. Prevê-se agora que este recorde seja ultrapassado. Ficaremos nós indiferentes?
Em plena era de mudanças climáticas e crise ambiental, a poluição, a desflorestação, a extinção de espécies, a degradação dos recursos e a sobrepopulação são apenas alguns dos problemas que afetam o futuro. Problemas que nós, na azafama do dia a dia, simplesmente desvalorizamos. Uma torneira mal fechada, um saco plástico deitado no lixo indiferenciado, uma árvore cortada… Um sem fim de pequenos gestos que isolados nos parecem tão insignificantes, tão inofensivos, mas que adotados globalmente hipotecam todo o futuro de um planeta. O nosso!
A sustentabilidade das gerações futuras depende de todos! Isso é indiscutível! Cidadãos, empresas ou instituições, todos temos um papel fundamental na criação de agentes de mudança. Como? Potenciando e desenvolvendo o sentido crítico e a consciencialização da sociedade de consumo. Mudando pequenos gestos no quotidiano que farão a grande mudança comportamental.
Surge então um grande desafio. Como mudar atitudes e comportamentos intrínsecos nas organizações? Qual o papel de cada um na promoção de uma cidadania ativa? Está a minha estratégia alinhada com os princípios da Economia Circular? Nem sempre é fácil perceber o que está mal e como mudar… mesmo tendo consciência da importância de o fazer.
Criar hábitos e valores ambientais deve ser um trabalho constante, sólido e estruturado. Deve alertar, discutir, sensibilizar e educar para estas problemáticas desde a educação pré-escolar até ao setor empresarial. Nunca é cedo, nem tarde demais, para começar. Agora é a hora! Mais do que uma mudança de atitude, desafiamo-lo a assumir um compromisso sustentável.
Teresa Juncal Pires
Diretora do Departamento de Comunicação e Educação Ambiental